Atuando em conformidade com práticas sustentáveis, éticas e colaborativas, que respeitam principalmente o meio ambiente e a comunidade, a Alimentos Sumaré, uma empresa familiar, está há 37 anos no mercado produzindo farinha de mandioca crua e torrada. Mas, desde 2018, o diferencial da empresa tem sido a farinha de mandioca panificável, sem glúten, que pode ser utilizada em substituição ao trigo. A formulação foi desenvolvida nos laboratórios da própria indústria.
Entre 2013 e 2018, a empresa tinha sua própria marca, a Farinha Vô Bepi, em homenagem ao patriarca da Família Mataruco, que fundou a indústria em 1985. Mas o produto não era vendido no mercado local. “A gente vendia para outros estados”, conta a gerente de qualidade e de vendas, Thais Mataruco.
Ao longo dos anos, a empresa foi se modernizando, mas se manteve fiel a produção apenas de farinha de mesa – só depois veio a de panificação. Atualmente a indústria processa 240 toneladas de mandioca/dia, que se transforma em 72 toneladas de produto acabado.
Instalada no Distrito de Sumaré, no município de Paranavaí, a empresa é rigorosa na seleção da raiz que processa. “Para a qualidade de farinha que produzimos tem que ser uma mandioca muito boa, que descasque bem”, diz Thais.
O rigor é tão grande que este ano ela chegar a descartar a produção da própria família. “Vendemos parte da nossa lavoura para fecularias, que não exige tanto rigor na seleção”, diz a gerente de qualidade da Alimentos Sumaré.
A variedade preferida da indústria é a Olho Junto, mesmo assim com reservas. “Na seca ela não descasca direito”, conta ela. As geadas, estiagens, vendavais e outros fenômenos climáticos registrados nos últimos dois anos têm comprometendo a qualidade da raiz na região noroeste do Paraná, obrigando a indústria a buscar alternativas de fontes de matéria-prima, principalmente quando as lavouras dos mais de 500 alqueires da família perdem qualidade.
Junto com a qualidade, a empresa também e preocupa com a segurança dos produtos. “Jamais negligenciamos a importância da segurança em nosso processo produtivo”, diz a direção em seu folder de apresentação da empresa. O documento aponta que “todas as nossas matérias-primas e ingredientes passam por um minucioso processo de análise de impureza”. A empresa segue as normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF).
EXPORTAÇÃO – Com 25 funcionários, que são treinados periodicamente, e com várias certificações de qualidade, a produção da farinha panificável é 100% exportada. “Nós vendemos para as empresas que preparam as misturas para bolos e outros produtos e exportam. Os mix com esta farinha de mandioca panificável são recomendados para pessoas intolerantes ao glúten”, explica Thais.
Chama a atenção na Alimentos Sumaré a preocupação com o meio ambiente. Toda a água do processo de industrialização da mandioca, a manipueira, é destinada a uma lagoa coberta para a produção de biogás, que se transforma em energia térmica e é usado no aquecimento das cadeiras da indústria.
A indústria consome energia elétrica própria, com o aproveitamento do sol. A empresa investiu em 1.400 placas fotovoltaicas, que geram energia suficiente para a indústria e até sobra. “Aproveito na minha casa”, diz ela sobre a energia excedente.
Thais Mataruco conta que “todos os nossos colaboradores participam periodicamente de atividades e cursos envolvendo políticas de treinamento e gestão ambiental, garantindo que tenhamos sempre condições de ajudar a preservar o meio ambiente”.
A política de treinamento permite ainda “acompanhar e atender as mudanças de mercado, seja em resposta ao surgimento de novas tecnologias ou diferenciada elaboração de produtos derivados da mandioca”, finaliza a gerente.